quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA (1)


Escrever sobre desenvolvimento da criança é pensar e olhar sobre individualidade, variabilidade e diferenças.

Todas as crianças têm em si própria um grande potencial de desenvolvimento
A sua manifestação estará de acordo com as oportunidades e condições criadas por nós e pelo respeito do seu tempo interior.

Depois de nascer o ambiente familiar condiciona em grande parte o seu comportamento e influencia o seu desenvolvimento.

O que é preciso fazer para criar os filhos para que eles se desenvolvam felizes, confiantes, criativos, inteligentes e física e emocionalmente saudáveis?

As crianças desenvolvem-se de uma forma descontínua. Após uma movimentada fase de aprendizagem, precisam de tempo para consolidar as suas descobertas.
É no decorrer dos primeiros anos de vida que se procede às verdadeiras aquisições nos diversos domínios do comportamento (afectivo, psicomotor e cognitivo), visto ser a fase em que ocorrem as mudanças mais significativas, que determinam em grande escala o futuro da criança.

Uma das palavras-chave do desenvolvimento é a VARIABILIDADE nem todas as crianças se desenvolvem da mesma forma, com os mesmos tempos, etc…, há que perceber cada uma e respeitá-las.

O desenvolvimento é um processo complexo com novos comportamentos e skills que surgem da interacção da criança com meio envolvente, da maturação do seu sistema nervoso, do crescimento/desenvolvimento do Sistema Músculo-Esquelético, da interacção entre sistemas perceptivos, cognitivos e sistema de acção.

Define-se como desenvolvimento a capacidade progressiva do ser humano em realizar funções cada vez mais complexas. Este processo é o resultado da interacção entre os factores biológicos, próprios da espécie e do indivíduo e os factores culturais, próprios do meio social onde esse indivíduo encontra-se inserido. Assim, a aquisição de novas habilidades está directamente relacionada não apenas à faixa etária da criança, mas também às interacções vividas com os outros seres humanos do seu grupo social.

A criança como ser em desenvolvimento é extremamente vulnerável aos factores adversos do meio ambiente existindo períodos críticos mais sensíveis e influenciáveis de determinadas funções.

Podemos comparar a criança a uma planta/flor. É essencial ter um bom terreno, preparado e adubado convenientemente e na devida altura, sol e chuva em equilíbrio para a fazer crescer e ainda o apoio da estaca que a suporta.

Durante os primeiros anos de vida, a criança é extremamente frágil, a sua sobrevivência depende dos cuidados recebidos da sua mãe ou substituta. Essas primeiras experiências são fundamentais para que a criança construa gradualmente uma imagem coerente de seu mundo. Através da reciprocidade estabelecida nessa relação, a criança torna-se capaz de transformar estímulos sem significado em signos significativos. Por outro lado, desde os primeiros momentos de vida, o recém-nascido comporta-se como um agente activo, capaz de influenciar os cuidados e as relações das quais participa. Assim, o processo de desenvolvimento ocorre dentro de relações bi-direcionais onde a criança influencia e é influenciada por aqueles que a circundam.

Durante os dois primeiros anos, são muitas as aquisições neuromotoras da criança. Essas aquisições permitem uma independência cada vez maior para explorar o mundo que a rodeia, o que é fundamental para o seu desenvolvimento psíquico, sensorial e cognitivo.

Compreender o comportamento do bebé é o primeiro passo para promover um desenvolvimento/ crescimento harmonioso e global. Quando referimos o comportamento queremos dizer o motor, o social, o emocional, físico, linguagem, interacção….

Significa perceber os sinais que o bebé transmite através da linguagem do seu corpo, das suas expressões faciais, linguagem, etc…., perceber porque os demonstra, há razão ou não, consegue consolar-se sozinho (recursos internos) ou precisa de ajuda (recursos externos). É importante respeitar essa harmonia em evolução.

Podemos dizer que CONHECER, IDENTIFICAR, PERCEBER, RESPEITAR, OBSERVAR são palavras simples que nos ajudam a avaliar o desenvolvimento.

O mais importante é respeitar o bebé, tal como ele é estabelecendo a interacção desde os primeiros momentos

Alexandra Oliveira, Fisioterapeuta em Saúde Infantil
Equilibri_us - Gabinete de Fisioterapia
Av. D. João I, nº 8, Oeiras
309 984 508
anaxfonseca@gmail.com

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